edição 36
| agosto de
2009
Entre os dois cabelos louros está Valquíria e seu olhar de blusa comprada em brechó. Valquíria finge ouvir as bocas finas murmurando marcas de guitarra e fases lunares. Valquíria sente o estômago arder e o absorvente endurecido pelo sangue. Os dedos finos e bem tratados verificam o canudo e o conteúdo ácido do copo, alguma coisa com validade corrompida e nome de filme. Olha o meio do espaço, as cabeças misturadas em fumaça e vê peixes ornamentais ensaiando passos sobre elas. Os peixes têm o amarelo dos dias sem notícias ruins e o azul das madrugadas dormidas de janela aberta. Eles cagam pequenos filetes de merda caleidoscópica que se sobrepõem aos raios insossos das luzes. Valquíria pensa em sorrir, em ser simpática e falar de uma boneca pretinha que morreu de mordida de cachorro; das veias da mão de sua avó; da saia rodada de encanto verde nas noites de quinta no cinema e das graças frescas dos dentes do menino que nunca viu o mar. Ela deixa o copo mais frouxo e dobra a cabeça para traz, pensando em contar sobre a noite em que não assistiu ao final de uma série da televisão, em que ratinhos fugiam de uma ditadura em busca da pirâmide dos sete véus para encontrar a profecia das borboletas. Fecha um dos olhos e lembra a tristeza tão profunda, do final do mundo entre os lençóis e o diário rasgado. Mas Valquíria não fala, sente-se engessada e gasta pelo costume ao tédio, a mão dobrada sobre o copo e o dedo mindinho levantado entre as curvas da fumaça. Valquíria não cobiça, não agradece e sua pouca ação é a impossibilidade de não ser foto. A dor do movimento é pesada e cheia de promessas de rugas e expectativas. Valquíria mantém seus olhos em formato de balança sem peso e se entrega à única realidade com um pouco de pele e hálito: seu absorvente por trocar.
Carol Dibietsu, nasceu na Ilha de Malta, em 1973. Veio para o Brasil aos 26 anos para pesquisas de mestrado e não voltou mais. Mora em São Paulo e trabalha como tradutora. Presta também serviço de ghostwriter para escritores interessados em publicar no exterior. Sua carreira de escritora começou em seu país com os bestsellers Diabolic trues e Erotica builds. Em português, ainda não conseguiu emplacar uma produção autoral. Mantém uma coluna semanal no jornal Orizzonte, de Malta, onde fala de suas experiências nas terras tupiniquins. Atualmente, conclui seu doutorado, pesquisando o escritor brasileiro radicado na Europa, Cido Laubertis, e organiza seu primeiro livros de contos em português, ainda sem título.
Amo os casais
Ombro a ombro
Pisando a mesma calçada
Amo os casais que atravessam ruas estações
Seguram as mãos não o tempo
Amo os casais
Que permanecem
Eunice Arruda. Poeta, nasceu em Santa Rita do Passa Quatro (SP). Radicada na Capital, vem desenvolvendo atividades relacionadas à literatura — oficinas e leituras públicas de poesia — e dedicando-se especialmente à escritura de poemas. Integrou a chamada "Geração 60", ocasião em que lançou seu primeiro livro É tempo de noite, pela Massao Ohno Editora. Cursou Comunicação e Semiótica. Com treze livros publicados, foi premiada no Concurso de Poesia Pablo Neruda, organizado pela Casa Latinoamericana, Buenos Aires, Argentina, e é presença em antologias no Brasil e no exterior. Por tais iniciativas, recebeu o prêmio de Mérito Cultural conferido pela União Brasileira de Escritores/RJ, e, em 2005, foi homenageada com o prêmio Mulheres do Mercado, concedido pela Casa de Cultura Santo Amaro – São Paulo/SP. Tem poemas gravados no programa Momento do poeta – Instituto Moreira Sales (IMS) – SP, disponível na Rádio IMS. Participou de leitura de poesia no projeto "Mulheres do Planeta" (Casa das Rosas e Oca). Escreve o blogue Poeta Eunice Arruda.
©simonia fukue
a procissão
Rosa era da vida. Da morte é que não era. Por isso abrira mão do casamento e preferia fazer ponto na esquina. Acendia vela todo dia pro santo, e rezava pra imagem da mãe de Nosso Senhor. Porque ela tinha lá consigo uma certeza de que tendo sido mãe de um filho que outro pai teve depois que adotar, entendia as mulheres feito ela que não pediam licença a homem ou mulher pra fazer o seu destino. Sem essa de confessar pecado pra seu ninguém. Pecado era a azeitona da empada, a cereja do bolo, nada do que arrepender. Gostava de boa farra, de dançar, de comer bem, de quermesse e procissão. Vestia-se com aprumo, mais coberta que sabia, a maquiagem era pouca, a vela branca, o véu. Ficava um pouco atrás das filhas de Maria, mas cantava mais alto e mais sentido do que elas, em perfeita contrição. Daquela vez, no entanto, Deus resolveu lhe testar. Carregando o andor o mulato mais forte, mais saudável e bonito que ela já pusera os olhos em cima. Era novo no lugar, ela nunca tinha visto. Olhou pra ela uma vez, e não houve mais acordo: tropeçava, desafinava, avançava entre as Marias. Chegou perto uma morena, bonitona, sacudida, deu-lhe água, ajeitou a beca, beijou no rosto e ficou andando do lado dele. Na troca de carregadores, pra descansar, o mulato se escorou na árvore da ruela, e Rosa, fazendo o mesmo, se abanava com o missal enquanto a procissão ia passando por eles. Desceram pela ladeira e no primeiro beco escuro Rosa o conheceu. Mas quando ia voltando tentando alcançar o povo, deu de cara com a morena, procurando por seu homem. Nunca mais Rosa voltou a acompanhar a procissão. A cicatriz do lado esquerdo do rosto era tão feia e tão extensa que nem mesmo o véu cobria.
núbia
Núbia às vezes se pega matutando: uma nuvem é mesmo algo intrigante. Porque senão ela já teria pintando uma. Também, se não fosse, seria assim uma coisa somente. E para pintar uma coisa somente preferia não pintar nada. Sabe?, paisagem, batalha, natureza morta já não dá mais tesão de pintar? – me dizia. Tesão, Núbia? O que você sabe de tesão? Sei das noites insones, do calor subindo pelo corpo, do desejo de voar. Penso como seria bom estar solta no espaço. Agora é quase amanhã, ainda. O sol vai dissipando a névoa enquanto ela monta o cavalete. Vestida apenas com o roupão surrado, manchado de tinta, senta na cadeira preferida. Espreita a tela nua com um respeito quase religioso. Por onde começar? Não, isso ela ainda não pode saber. Por quê? Ela pinta se souber. Quando souber. Nem adianta jurar que não. Ela é assim. Enquanto a nuvem não vinha, pôs-se a preparar o fundo da tela que, aos poucos, foi se colorindo de um rosa suave. Estranhou o que sentiu diante da imensidão da aurora. Puxa a cadeira para mais perto do cavalete. O roupão amarrado só na cintura, abrindo no decote e nas pernas, passa o dorso da mão afastando do rosto o cabelo de um louro dourado. Começa a esboçar um campo verde que se perde no horizonte. Imagina-se de pés descalços na grama, os cabelos soltos ao vento, o sol aquecendo a pele. Mas e a nuvem? Ao primeiro olhar era um carneiro. Queria uma nuvem, mas foi um carneiro. De algodão. Aí foi se alongando, virou uma nave, vindo sabe-se lá de onde. Extraterrestre, com certeza. Era de um rosa terroso e deixava um rastro ao se deslocar. Mas logo pairou serena no meio do céu. Reparou que era formada de minúsculas gotas de água flutuando. O céu foi se tingindo de um rosa avermelhado, a nave tornou-se uma imensa água-viva, acinzentando e faiscando. Ela correu para o quintal e retirou as roupas do varal antes que o temporal desabasse. Despiu o robe e deixou que os grossos pingos deslizassem pela pele arrepiada, escorrendo pelos pés, lambendo a grama, se entranhando na terra o líquido cor de barro vermelho. O cheiro de terra molhada se misturava a perfume que lhe subia do corpo até as narinas, as pernas bambas, as mãos umedecidas. O sol aqueceu a manhã. Fez evaporar as gotículas que brilhavam nas folhas das plantas e as pequenas poças d’água retidas entre os pedriscos dos canteiros. No dia seguinte, cheguei à casa de Rúbia para visitar a minha amiga. Bati, ninguém atendeu. Dei a volta pelos fundos, entrei pela porta cozinha, que encontrei aberta. Chamei por ela, ninguém respondeu. Passei pela sala e fui até o quartinho onde costumava pintar. No espaldar da cadeira, o velho roupão manchado de tinta. Na tela sobre o cavalete, no meio de um céu rosado, uma nuvem refletia os raios dourados de um sol que não se via. Dourados feito os cabelos da minha amiga. Que ninguém nunca soube para onde foi, assim, sem avisar.
caixinha de música
bailarina rodopia na caixinha de brinquedo
tenho medo que ela fique tonta de tanto rodar
bailarina pequenina vem me conta o teu segredo
como fazes que não cansas de tanto rodopiar
Gerusa Leal nasceu em Recife, Pernambuco, mora em Olinda e é autora de contos e poemas publicados nas coletâneas Contos de Oficina, organizadas pelo escritor Raimundo Carrero, Pimenta rosa, O fim da velhice, O talento com as palavras, Panorâmica do conto em Pernambuco, Anais da FLIPORTO, Haikais poemínimos senryus, Recife Conta o São João (pela Fundação de Cultura Cidade do Recife) e em alguns blogues literários. Conquistou premiação nos concursos Luís Jardim, com o conto "Por um triz"; Prefeitura de Cordeiro – RJ, com "Anacy"; Maximiano Campos, com "Os brincos prateados"; Fliporto com o poema "Momento", e o prêmio Edmir Domingues de Poesia 2007 da Academia Pernambucana de Letras, com o livro de poemas versilêncios.
— Amanhã eu volto. — Vai com Deus. Levou o casaco? — Marta, é verão. Deixa eu ir, tá na hora, fica bem. Foi. Marta ficou na cama mais um pouco. Nunca pensou que se casaria com alguém que sairia em "viagem de negócios". Pior que ele falava exatamente assim, que nem num filme antigo: "Semana que vem saio numa viagem de negócios". Só faltava usar um bigodinho e chapéu. Será que se casaria, ou mesmo beijaria, alguém de bigodinho? Na adolescência aqueles buços eram inevitáveis, era isso ou nada, mas depois que os hormônios se aquietaram um bocadinho, nunca mais beijara ninguém de bigodinho ou mesmo bigodão. Barba ou cavanhaque também não gostava, mas bigode nunca mais. Achava — na verdade, começava a achar agora, nunca havia pensado nisso — que bigode era que nem pochete, não queria estar com um homem que usasse. Houve uma época em que achou que queria casar com alguém de barba. Qualquer um, desde que usasse barba. Barbas guardam cheiros, ela saberia se fosse traída. Um relacionamento com um babaca mentiroso gera essas insanidades. Teria que usar barba e gostar de sexo oral, claro, pois sem isso a barba não serviria como evidência do crime. Sexo oral! 40 anos na cara e não conseguia falar nada que não fosse educado ou eufemismo. "Chupar", mesmo em pensamento, soava como coisa ruim, feia. Pelo menos gostava do ato em si! — "Ato em si", que Deus tenha piedade de minha alma, nem pensar livre eu consigo! Hora de levantar, escovar os dentes, tomar um café, sair não precisava, estava de folga. 24 horas só suas, sem o chato do... epa! "Chato"? Não se lembrava de ter pensado assim, pelo menos não diretamente. Já se havia chateado e enfadado com ele, mas isso é coisa pela qual todo mundo passa. Chamar de chato era tão definitivo quanto chamar de corno e ai meu Deus como foi acontecer essa associação de idéias!!!??? Não, nem pensar. Pior que ele estava de folga hoje, também; certamente sozinho em casa, certamente disponível. A esposa trabalhava em plantões, por que não? Banho, rápido. Frio, de preferência; muito frio. Gelado, se pudesse, que o telefone está perigosamente perto. Pronto, não foi suficientemente rápida ao banho, já está o telefone em uma mão, com cacófato e tudo, e a outra já discando. — Alô... — Alô? Voz de mulher. Desligar, rápido! Mas não, é preciso fazer algo. — Alô, quem fala? — Marta, quem é? Meu Deus, ela se chama Marta também! — Oi, meu nome também é Marta, trabalho com seu marido... Meu Deus, meu Deus, meu Deus, o que diabos está fazendo? — Oi, ele sempre fala de você, como vai? Pera lá, fala o quê? — Fala o quê? — Ah, que você é divertida, inteligente, eu quase fico com ciúmes! — E não fica por quê? Quer dizer, que bom que não fica, mas normalmente ficaria; quer dizer, eu ficaria, pelo menos! — Ah, você não o conhece como eu. Ele é o homem mais caseiro do mundo, fiel como um cachorro velho! — Acho que ele não ia gostar de ser descrito assim... — E quem liga para o que aquele chato gosta? Aquilo a espantou: chato? Será que ela estava fadada a atrair chatos? Seria um carma, algum atavismo? — Chato como? Ele é bem agradável no trabalho... — Desculpe, não devia ter falado assim, mas a coisa está feia por aqui. Acabamos de brigar, ele saiu meio que batendo a porta, desculpe, ainda não retomei o controle. E por favor, não comente com ele que eu desabafei com você. — Desabafou? Mas você não disse nada, só que ele é chato! — Bem, é quase um desabafo. — Ué, pode falar à vontade. Não trabalho hoje, estou gostando de conversar. Meu marido quase não conversa comigo. — Ah, o teu também? O meu chega, conta o que aconteceu no escritório como se fosse uma saga nórdica... — Saga nórdica é ótimo! — ... e quer que eu demonstre interesse. O único nome em que presto alguma atenção é o teu, sabe como é: Marta também. Fora isso, entra por um ouvido e sai pelo outro. Um saco, um tédio mortal! — Meu Deus, aqui é igualzinho! Ai, meu Deus, preciso parar de falar "Meu Deus"! — Por quê? — Eu sempre tive mania de falar "Meu Deus". No colégio as irmãs viviam me dando castigos pra eu parar de invocar "Seu santo nome em vão"! Acho que eu gostava daqueles castigos, cada vez falava mais! — Não diz que você estudou em colégio de freiras! Eu também! — Que coisa, onde? — Minas. — Ah, eu estudei aqui mesmo. Mas tinha uma professora mineira que eu adorava. Ela vivia me botando de castigo, um dia me botou no milho. — Mas isso não era proibido? — Era, e muito; além de me castigar ela me fazia prometer que não contaria para ninguém. — Hummm... excitante, isso, hein? — Pois é. Eu lembro até hoje da voz dela, do sotaque... até que era parecido com o teu. — Mas eu não tenho sotaque! — Você que pensa! Ninguém acha que tem. Irmã Anunciação também não achava que tinha. — Mas que coisa, isso. As freiras me botavam de castigo, também, mas por que eu vivia conversando, não parava nunca. Tinha uma amiga com quem eu passava o dia todo, e elas viviam implicando, separavam a gente, diziam que era pecado falar tanto. — Eu não tinha amigas, não; a irmã Anunciação implicava com todas, dizia que eu devia me preparar para o noviciado. — Por que você não passa por aqui pra gente tomar um café? — Ok, não estou fazendo nada mesmo!
Por via das dúvidas depilou-se, tomou um banho caprichado e colocou uma calcinha nova.
Marisa Toscana, nascida Ferrara, em Pistoia, Italia, em 26/9/1942. Veio para o Rio de Janeiro ainda criança, refugiada da guerra. Casou-se em 1959, aos 17 anos, com o adido cultural de Luxemburgo no Brasil, que faleceu durante a lua-de-mel em Cap d'Antibes. Pintora de talento, participou de exposição coletiva no Museu de Belas Artes, em 1963. Deixou apenas textos inéditos, entre os quais este, pois nem seus amigos mais íntimos sabiam de sua literatura. Suicidou-se em 12 de setembro de 2001, ao saber da morte de seu amante em New York, atropelado na véspera.
No início do mês de setembro era comum sentir o perfume das flores pelo ar quando se saía à noite. Tão comum que já nem notava mais tal detalhe enquanto caminhava de volta para casa. Nem o vento um pouco quente que deslizava em sua pele e mexia seus cabelos. Tornou-se incapaz de sentir muitas coisas com o passar dos anos, acreditou até mesmo que um pedaço da sua humanidade havia sido jogada fora.
Sua mente estava completamente vazia, não prestava atenção em nada, apenas seguia seu caminho de volta sem um pensamento sequer. Até o instante em que, ao atravessar a rua, uma forte dor no peito o acometeu. Sozinho no meio de um lugar praticamente deserto, não podia fazer nada além de sentir.
Por mais que tentasse, não conseguia chamar a atenção de qualquer um dos poucos carros que passavam por ali. Iam todos correndo e provavelmente teriam receio de parar no meio da noite para um estranho acenando sofrivelmente, quase como um louco. Sentou-se no degrau de uma loja fechada.
Ao tentar controlar a respiração acabou sentindo o cheiro forte de flores entrando direto em suas narinas. A dor latejante diminuia vagarosamente. Tirou a blusa pesada que vestia e foi então que sentiu o ar fresco de início de primavera tocando seus braços. Uma sensação engraçada e nostálgica envolveu-lhe docemente. Era como se estivesse aconchegado nos braços de sua mãe.
A dor no peito já não era tanta, aproveitava o prazer de estar vivo. Decidiu que se deixaria ficar ali até o amanhecer, mas no fundo queria congelar a noite para que nunca mais deixasse de perceber o vento ou o perfume das flores. Queria ainda sentir mais do que aquela rua tinha a lhe oferecer, porém no momento não conseguiria se manter de pé.
Já mais tranquilo, notou que seus olhos ficavam cada vez mais pesados e deixou-se levar pelo cansaço extremo. Era chegada a hora de ter um descanso de tudo o que tinha acabado de viver. Adormeceu com um sorriso no rosto e só foi tirado de lá quando a loja estava prestes a abrir as portas.
Mylle Silva (Curitiba/PR, 1986). Formou-se em Jornalismo, mas desistiu da profissão, quer mesmo é ser tradutora de literatura japonesa, por isso estuda Letras, Japonês, na UFPR. Mantém o blog Tadaima! — Cultura Japonesa em Curitiba e também o blogue pessoal Mylle Silva. Iniciou o "Memai — Jornal de Letras e Artes Japonesas" junto com Marília Kubota.
» Ilustração
Simonia Fukue é formada em Gravura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, pós-graduada em História da Artes do Século 20 (EMBAP-PR), e em Comunicação Audiovisual (PUC-PR). É professora de história em quadrinho estilo japonês (mangá) e pesquisadora em cultura japonesa.
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