edição 31 | outubro de 2008
temas:  água | velhice

 

mais em bashô
adelaide do julinho
  

o sapo salta
perereca bate palmas
aguaçal na mata

 

 

água
cida pedrosa

fez da água homem

cada gota

era toque

cada chuva

era chama

cada jato

era jorro

a mulher se fez charco  

 

 

 

na foz
florbela de itamambuca

 

entrei na foz do rio itamambuca

franzindo a testa, molhando arrepio

a pele começa a eriçar na nuca

a blusa mostra meus seios com frio 

 

tô me sentindo mais doce que açúcar

tô atraindo emboscada nesse rio

tô rimando tudo, valha-me o cio

ah... quando esse pacu me cutuca... 

 

... escorre pro rio o que corre pro mar

que traz chegando bem perto uma voz

que ao me ver fica assim quieto, sem ar 

 

eu não vim aqui pra ficar só a sós

pra enfiar água em espeto e morenar

moço, vem pro rio desaguar na foz

 

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